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Uma verdadeira imersão nos conceitos da indústria 4.0 foi promovido durante a Jornada + eficiência + produtividade realizada nesta terça-feira, na FIERGS.

O evento envolveu empresas, associações, agentes de fomento, integradores, startups e universidades para refletir sobre o assunto. "Essa jornada segue a linha defendida pelo presidente da FIERGS, Gilberto Petry, de sermos o mais pragmáticos possível. Workshops, troca de informações, geração de negócios estimulando uma maior competitividade da indústria do Rio Grande do Sul é a proposta", declarou o coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia (Citec), da Federação das Indústrias do RS, Daniel Randon, na abertura oficial do evento. "Essa semente que está sendo plantada pelo Citec quer fazer do Rio Grande do Sul, além de usuário da tecnologia 4.0, um celeiro de produção em inovação industrial. As empresas que estão expondo aqui têm capacidade de ser fornecedoras de tecnologia em vez de apenas buscarem externamente”, completou o diretor da FIERGS, Carlos Preto Martini.   

Empresas dos mais diferentes portes expuseram suas soluções para o mercado 4.0 – desde grandes multinacionais até startups, como Sirros, James Tip e Datacontrol que estiveram no palco principal apresentando suas soluções tecnológicas. O ex-aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do RS (Senai-RS) Everton Toigo, medalha de prata em Mecatrônica no WorldSkills 2007, participou do evento como um dos representantes da Auttom, de Caxias do Sul. A companhia trouxe uma experiência de indústria conectada, na qual os usuários, por meio do smartphone, podem fazer pedidos personalizados. “É uma mostra de uma pequena indústria, na qual desde a solicitação até a retirada do produto, o cliente fica sabendo em tempo real o status produtivo”, explicou. Ele, que hoje é gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Auttom, reforçou a importância do Senai na formação de profissionais para a área. “Mais de 50% do nosso quadro de funcionários é formado no Senai. Sempre tentamos buscar os técnicos que passam pelos cursos da instituição, por saber da integração deles com os conceitos aplicados na nossa empresa”, justificou.
 

O gerente de inovação e tecnologia do Senai-RS, Rovanir Baungartner, falou sobre as soluções da instituição no processo 4.0, como o serviço gratuito que avalia a maturidade das empresas em relação as áreas de produção, tecnologia e gestão. No site www.senai40.com.br, também está disponível o curso EAD gratuito “Desvendando a indústria 4.0”. 

Outro tema abordado foi o Mapeamento Tecnológico do Setor de Máquinas e Equipamentos, realizado pelo Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Trata-se de um levantamento do estágio de automação de empresas integrantes da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) na indústria 4.0. “Quando olhamos para a indústria brasileira como um todo, nos encontramos um pouco longe do 4.0. Quando o recorte são as de máquinas, temos muitas com o pé no estágio 3.0. Muitas das tecnologias já estão implementadas, mas a inteligência dos equipamentos e a análise dos dados gerados ainda são pouco utilizadas”, relata o vice-diretor do NEO, Nestor Ayala. Para o vice-presidente da Abimaq-RS, Hernane Cauduro, “é um caminho a percorrer, não existe uma receita pronta, cada empresa vai ter o seu modelo em razão do seu negócio. Segundo o levantamento, ainda estamos na fase um de três, fazendo a automação e começando a interação entre vários elementos. As empresas precisam se enxergar dentro desse sistema e começar a traçar planos”. A pesquisa mostra que é fundamental uma integração entre diferentes empresas para que a teoria 4.0 saia efetivamente do papel. “O grande passo nesta direção é trabalhar em colaboração multidisciplinar”, complementa Ayala.  

Um exemplo de prática apresentado na jornada foi o projeto Aliança Local para a Manufatura Avançada 4.0 (Alma 4.0), formado por cinco empresas integradas, desenvolvendo soluções para clientes em parceria. Os participantes acreditam que o caminho rumo à indústria 4.0 está na implementação de melhorias em equipamentos e processos já existentes, evoluindo gradualmente e dentro da capacidade de investimento. Não se trata de uma revolução, mas uma evolução que inicia com o planejamento adequado das necessidades específicas de cada processo. 

Crédito fotos: Dudu Leal

Publicado quarta-feira, 21 de Novembro de 2018 - 0h00
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