O analista do Instituto Senai de Inovação em Metalmecânica que coordenou a projeto, Flávio Ávila, explica que a Migra tinha uma grande ideia, mas não sabia como concretizá-la tecnicamente. “Com a tecnologia e o expertise que temos, conseguimos desenvolver um dispositivo que rastreia o contêiner. Transformamos o contêiner em internet das coisas, um objeto que posso enxergar a qualquer momento e em qualquer lugar”, destaca. “Temos uma equipe de profissionais multidisciplinar, com especialistas na área de mecânica, de fabricação e encapsulamento, na área de eletrônica e na área de software. Foi um trabalho integrado”, ressalta Ávila. “O Senai fez todo o projeto. Nós levávamos a demanda nas reuniões e o Senai vinha com a soluções”, enfatiza Lierson. “Para este problema, temos estas soluções e entre prós e contras íamos escolhendo desde o desenvolvimento eletrônico, de software, da parte mecânica, escolha de fornecedores, veio tudo pronto do Senai”, conta o empresário.
Instituto Senai de Inovação em Metalmecânica entrega primeiro projeto Embrapii
O Instituto Senai de Inovação em Soluções Integradas em Metalmecânica fez a entrega do seu primeiro projeto Embrapii, dia 6, na Câmara da Indústria, Comércio e de Serviços de Farroupilha, para a empresa Migra. Trata-se de um sistema de sensoriamento que possibilita saber a localização, a massa e volume das unidades de recolhimento de resíduos (contêineres). O dispositivo de sensores capta os dados e transmite para uma plataforma de conectividade na nuvem. Essas informações são enviados para o software que pode ser acessado do computador ou smartphone. “É um produto tecnológico que nos diferencia dos demais fabricantes. Além disso, teremos um faturamento a mais em um segmento diferente. É um produto que pode ser aplicados em novas ou em caçambas em uso. E para o cliente que compra o produto da Migra, o ganho é logístico. É otimização de caminhão, otimização de tempo e otimização das próprias caçambas”, afirma o diretor da empresa, Lierson de Bona. O diretor regional do Senai-RS, Carlos Trein, disse que o objetivo da instituição passa também por isto: agregar valor à empresa. “A empresa que quer apostar em pesquisa e inovação, tem no Senai e no Instituto não só aliados, mas parceiros”.
Crédito fotos: Dudu Leal
O benefício do dispositivo é o gerenciamento das caixas coletoras. Lierson de Bona explica que mesmo as pequenas empresas de reciclagem tem pelo menos 20 ou 30 caçambas, que estão dentro de outras empresas para receber os resíduos. “Preciso saber exatamente onde estão e o momento de coletar. Isto hoje é feito pelo telefone ou Whatsapp, mas com este dispositivo tenho a informação na hora”, avisa. Além disso, o cliente da empresa pode precisar de tantos quilos de determinado resíduos e a empresa não teria como saber se já tem ou não para a entrega. Com o sistema é possível. “A empresa que faz coleta de resíduos, compra, processa e revende. A logística é 50% do negócio”, comenta. Outro diferencial é saber a localização. “O monitoramento das caçambas acaba trazendo segurança para não serem roubadas ou usadas por outras empresas. Hoje uma caçamba tem um preço médio de 18 a 20 mil. E elas podem ser extraviadas. Tem empresas que tem 800 unidades. Para administrar no papel é complicado, pois não está sob seus olhos. Com o software você sabe exatamente a localização e o que ela contém”, destaca. O dispositivo deverá ser colocado no mercado no começo do próximo ano.