A WorldSkills Kazan 2019 tem mais um desafio no mundo do trabalho – a chegada da Indústria 4.0. Em meio à quarta revolução industrial, o mundo passa por uma transformação na educação. Países dos cinco continentes têm feito reformas para valorizar a formação profissional, assim como inserir no ensino básico algumas de suas características, como o foco em competências, habilidades e resolução de problemas. Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry, que acompanha o evento na Rússia, além de qualidade, a formação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) também está alinhada com as novas demandas geradas pela quarta revolução industrial, que utiliza tecnologias digitais para unir o mundo físico e virtual. “O Senai é hoje no Brasil uma das instituições mais envolvidas com o tema Indústria 4.0, que está ensinando a utilizar essas tecnologias. Estamos fortemente integrados a essa nova dinâmica”, analisa.
Ao presenciar as provas, que encerram nesta segunda-feira, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, explicou a razão de a delegação brasileira ser uma das favoritas do mundial realizado na Rússia: a excelência da educação profissional oferecida pelo Senai. “O Senai faz esse trabalho no Brasil com muita competência há mais de 70 anos e tem a preocupação constante e o compromisso com a formação de talentos brasileiros, que podem servir de exemplo para milhões de jovens”, diz ele. A agenda de educação profissional se fortaleceu no mundo diante dos desafios como o de novas ocupações. “A qualificação profissional permite uma formação completa do indivíduo e tem sido cada vez mais procurada pela indústria e pela área de serviços porque esse profissional sabe fazer enquanto, muitas vezes, um profissional recém-formado na universidade não tem o conhecimento de como fazer”, avalia Andrade.
A WorldSkills é a maior competição de educação profissional do mundo. É organizada pela WorldSkills International, entidade que trabalha desde 1950 em prol do desenvolvimento e da excelência das ocupações técnicas. Seu objetivo é estimular a formação profissional dos jovens e apoiar o desenvolvimento e a preparação de profissionais. Além de realizar pesquisa, promove competências, construção de carreiras, educação e formação. A delegação brasileira, que possui 63 jovens de 12 estados, é uma das favoritas na disputa. Do Senai gaúcho, sete alunos estão competindo: Andressa Batista de Souza (Tecnologia de Mídia Impressa), Carlos Brys (Instalações Elétricas Prediais), Cristiano Nunes e Emérson Lemes (Robótica Móvel), Ruan dos Santos (Jardinagem e Paisagismo), Leonardo Moraes (Manutenção Industrial) e Gabrielli Kretschmer (Logística Internacional). O Senac-RS também tem dois alunos. O Brasil foi o grande campeão em 2015, quando o torneio ocorreu em São Paulo. Dois anos depois, manteve-se no pódio, em segundo lugar, na competição realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A cerimônia de premiação acontece nesta terça-feira, às 13h (horário de Brasília).