O Edital Gaúcho de Inovação para a Indústria, promovido pelo Sesi, Senai, IEL e Sebrae, com apoio da FIERGS, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, fez a entrega de seu primeiro projeto: o Alaska. A ideia da empresa Biotecno era desenvolver um sistema para manter a temperatura em refrigeradores científicos (utilizados para armazenamento de vacinas) no caso de situações de falta de energia por meio de um sistema com materiais de troca de fase (phase change material – PCM). Com a ajuda do Instituto Senai de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia, o resultado foi o desenvolvimento dos itens que compõem o sistema de armazenamento térmico. Foram testados e validados, apresentando tempos de autonomia do refrigerador científico que atingiram até 35h para condições ambientais controladas. Entre os benefícios da inovação estão a redução do tamanho da bateria e do lixo eletrônico e a diminuição do custo para os clientes da Biotecno que não precisarão adquirir baterias para reposição após o fim da vida útil.
O engenheiro do Senai Andre Thomazoni destaca que outro benefício foi o aumento do tempo de autonomia caso sejam utilizados ambos os sistemas (bateria + SE), uma vez que a solução desenvolvida permite este uso. “Esse fato aumenta a disponibilidade dos refrigeradores científicos, impactando positivamente em um maior tempo de manutenção das condições de armazenamento de itens termosensíveis como vacinas”, ressalta. Thomazoni lembra ainda que projeto teve a participação do Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros durante ensaios e resultados de testes iniciais, fortalecendo a inovação em rede.
A sócia da Biotecno Lidia Lagemann destaca que o produto já tinha um pré-desenvolvimento, mas ainda precisava de aperfeiçoamentos e testagem. “Quem trabalha com inovação sabe que atuamos o tempo todo com testagem e retrabalho”, disse ela, ressaltando que achou no Senai ferramentas e know-how que a empresa não tinha. “Encontramos um time gabaritado de especialistas, e juntos buscamos as melhores soluções em várias áreas”. Ela afirma ainda que participar do edital foi uma experiência muito boa: “Além do subsídio que ajuda muito no fluxo de caixa, tivemos uma experiência muito boa, e o resultado foi além da expectativa”. Lidia conta que os próximos passos são os registros legais e autorais. “O Senai agora é nosso parceiro. Estamos atentos às possibilidades”, conta Lidia.
O edital gaúcho de inovação busca promover a cultura da inovação e aumentar a competitividade da indústria gaúcha. “A estrutura do Senai e dos outros parceiros pode transformar apenas uma ideia em um produto inovador”, destaca o diretor-regional do Senai-RS, Carlos Trein. O edital disponibiliza recursos entre R$ 200 mil e R$ 600 mil por projeto. Na edição de 2021 que está com inscrições abertas, as linhas temáticas são Agritech, Bioeconomia, Cidades Inteligentes, Design para Produto, Economia Circular, Edutech, Energias Renováveis, Indústria 4.0, Materiais Avançados, Nanotecnologia, Sistemas de Energia, Tecnologias Aplicadas a Saúde Hospitalar e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho (Sesi).
