Senai-RS receberá docentes do Haiti para capacitação técnica
Crédito foto: Dudu Leal
Em abril, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial receberá no Rio Grande do Sul 30 docentes do Haiti para capacitação técnica de forma a atuarem em seu país de origem. Essa será a nova etapa do Projeto de Apoio à Formação Profissional no Haiti, assinado em 2016, entre o Senai e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e que iniciou este mês com a vinda de 12 representantes do Instituto Nacional de Formação Profissional (INFP) daquele país. O Senai gaúcho é o responsável pela execução técnica e operacional do programa, que teve sua prorrogação até junho de 2022 contemplando capacitações on-line e presenciais. Ao longo de fevereiro, o grupo formado por gestores, secretários escolares e assistentes administrativos haitianos estão acessando conteúdos e realizando atividades relacionadas às suas respectivas áreas de atuação – com tradução em francês. A agenda inclui ações em Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Caxias do Sul.
O objetivo do projeto é compartilhar a expertise brasileira para qualificar a força produtiva daquele local. “Toda a parte de conteúdo técnico, de transferência de metodologia do Senai está sendo realizada junto aos haitianos, independente de qualquer dificuldade que o País tenha enfrentado”, conta a especialista em Desenvolvimento Industrial do Senai Nacional, Débora Fialho Bais. Antes do embarque para o Brasil, ao longo do mês de março, esses docentes terão acesso a vídeo-aulas elaboradas pelos profissionais do Senai e contarão com uma equipe brasileira disponível para tirar dúvidas e esclarecer conteúdos de forma remota.
Segundo Débora, além de fortalecer a educação profissional naquele País, o projeto contribui também para gerar mudanças de paradigmas, mostrar aos profissionais que há outras realidades possíveis e que podem ser levadas para seus conterrâneos. Hoje, mais de 70% da economia é dependente de investimentos vindos do mercado externo e se baseia em atividades primárias, como prestação de serviços. “Quem consegue chegar à educação profissional é exceção e acaba virando professor. O mais comum é a prestação de serviços básicos”, relata. No entanto, os haitianos que tiveram a oportunidade de, além de acessar os conteúdos, vivenciarem toda a estrutura e o movimento promovido pelo Senai, retornam para o Haiti com outra perspectiva. “Eles levam a ideia de que é possível construir novas realidades por meio da educação, especialmente de jovens”, afirma Débora.