O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nessa segunda-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), caiu 1,7% em setembro, na comparação com agosto, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de alta. É a terceira contração em 2022, mesmo assim, o IDI-RS se encontra 4,8% acima do patamar em que iniciou o ano e 13,4% além do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020. “A queda na atividade industrial gaúcha pode ser interpretada como acomodação em patamar elevado, após uma sequência de três altas expressivas, o que não deve alterar a tendência positiva em curso. O cenário permanece favorável, com a demanda interna respondendo aos estímulos governamentais e a demanda externa ainda aquecida. Tudo isso se soma às menores dificuldades nas cadeias de suprimentos e à estabilização nos custos de produção”, destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Segundo o presidente da FIERGS, a perspectiva para os próximos meses é de manutenção desse quadro positivo, mas ganha, porém, alguma incerteza diante dos resultados das eleições e possíveis mudanças nos rumos da política econômica. Além disso, também influenciam os efeitos defasados da política monetária e a perspectiva de desaceleração da economia mundial.
Os componentes do Índice de Desempenho Industrial mostraram evoluções distintas. Entre aqueles mais diretamente associados à produção, apenas a utilização da capacidade instalada (UCI) subiu, 0,9 ponto percentual, para 82,4%. Já o faturamento real (-5,5%), as horas trabalhadas na produção (-2,3%) e as compras industriais (-1,8%) recuaram. Ao mesmo tempo, os componentes relacionados ao mercado de trabalho seguiram em alta, caso do emprego, que cresceu 0,5% e não cai desde maio de 2020, e a massa salarial, elevação de 1,6%, a sexta alta seguida e a 11ª em 12 meses.
ANUAL
Nas comparações anuais, porém, os resultados seguem positivos em sua maioria. Na comparação com o mesmo mês de 2021, o IDI-RS cresceu 5,6% e completou a 25ª alta em sequência. No acumulado de janeiro a setembro de 2022 frente ao período equivalente de 2021, o Índice de Desempenho subiu 5,3% e apenas a UCI, entre seus componentes, caiu (-1 ponto percentual, de uma média de 82,8%, em 2021, para 81,8%, em 2022). Os demais deram contribuições positivas: faturamento real (+6,3%), horas trabalhadas na produção (+9,8%), emprego (+6,4%), massa salarial real (+9,8%) e compras industriais (+4,4%).
Dos 16 setores pesquisados, dez apresentaram crescimento da atividade nos primeiros nove meses de 2022 ante o mesmo período do ano passado. Os destaques positivos, pela contribuição ao desempenho global, foram Veículos automotores (+17,7%), Couros e calçados (+15%), Máquinas e equipamentos (+11,1%) e Tabaco (+21,2%). Do lado negativo, os mais importantes foram Químicos e refino de petróleo (-3,4%), Móveis (-5,8%), Produtos de metal (-2,6%) e Metalurgia (-10,8%).