Energia sustentável desafia estudantes no primeiro dia do Torneio Sesi de Robótica, em Santa Cruz do Sul
Foto: Dudu Leal
Um pavilhão repleto de estudantes entre nove e 16 anos, motivados, com ideias criativas e pensamento conectado à sustentabilidade. Assim foi o ambiente do primeiro dia da etapa estadual do torneio de robótica First Lego League Challenge (FLL), promovido pelo Sesi-RS no Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul. A competição envolve mais de 300 participantes de 15 municípios gaúchos e se encerra nesta sexta, quando serão anunciados os vencedores.
Antes mesmo da abertura oficial, às 11h, já era possível perceber um ambiente favorável à inovação. O som mecânico alto e os preparativos das 46 equipes, cada uma em seu espaço, estimularam a troca de experiência entre os participantes, como contou Ana Carolina Aquistapace, 15 anos, do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Sesi Albino Marques Gomes, de Gravataí. “É muito emocionante. Conhecemos pessoas de diferentes lugares e trocamos ideias, nos divertimos, aprendemos com os outros”, disse a estudante.
Ela está entre os oito integrantes da equipe Mond Robotik, que – assim como as demais participantes – precisa explorar o tema “Energize”, que propõe a missão de reinventar o futuro da energia sustentável e impulsionar suas ideias. A solução apresentada pelo time é uma biocolheitadeira para colher cascas de arroz e transformá-las em biocombustível, a fim de realimentar a própria máquina, como explica o técnico da Mond Robotik, Rafael Guerini. Ele e os alunos demonstravam, orgulhosos, um protótipo feito com Lego.
Na avaliação da coordenadora de Tecnologias Educacionais do Sesi-RS e responsável pela organização do evento, Fernanda Arusievicz, a competição vai muito além da programação de robôs para cumprir missões. “É uma oportunidade de o Sesi-RS trazer e transpor o que fazemos em nossas escolas com nossa metodologia. Incentivamos o trabalho em equipe e o uso da tecnologia com intencionalidade pedagógica, com compartilhamento”, afirma.
Esse é o mundo que os oito integrantes da equipe Station GH, de Santa Cruz do Sul, estão em busca. Eles representam a Escola Municipal Guido Hermes e, segundo a técnica Gabriela Azevedo, participam pela primeira vez de um torneio de robótica. Tudo é aprendizado e “estamos conhecendo o torneio”, diz. Gabriela explica que os alunos transpuseram uma pesquisa em bioconstrução para apresentá-la no torneio. Pretendem evoluir métodos para tornar uma casa mais econômica e causar menos impacto ambiental. Contam com robôs fornecidos pelo Sesi-RS, apoio de outras empresas e entidades. No torneio deste ano, a equipe planejava participar de quatro dos 15 desafios propostos, justamente pela curva de aprendizagem. Porque, nesse caso, o mais importante é participar e iniciar a construção de um caminho na robótica estudantil.
COMPETIÇÃO
Seguindo regras feitas especificamente para cada temporada, os estudantes constroem robôs baseados na tecnologia Lego Mindstorms, que devem ser programados para cumprir uma série de missões. A avaliação é feita nas categorias Projeto de Pesquisa, Design do Robô, Desafio do Robô e o Core Values (trabalho em equipe). Os times participantes precisam contar com entre dois e 10 integrantes – e podem estar associados a uma escola pública ou privada, clube, organização ou até mesmo ser apenas um grupo de amigos.
A edição 2022/2023 da competição internacional traz como missão reinventar o futuro da energia sustentável e impulsionar suas ideias. O tema "Energize" está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Organização das Nações Unidas (ONU) e busca conectar os estudantes com os desafios do século XXI.
PARTICIPANTES
Quinze cidades gaúchas têm participantes. Sede do evento desta temporada, Santa Cruz do Sul conta com nove equipes; Porto Alegre e Gravataí, com seis; Montenegro e São Leopoldo, com cinco cada; Sapucaia do Sul, com três; Campo Bom, Guaporé e Parobé, com duas; e Canoas, Farroupilha, Horizontina, Pelotas, Sapiranga e Caxias do Sul, com uma equipe cada.
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