Somente um em cada cinco profissionais da área de tecnologia da informação no Brasil é do sexo feminino, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A realidade não é muito diferente em outros países. Nos Estados Unidos, censo realizado pelo governo mostra que apenas 25% das vagas do setor por lá é de mulheres. Para debater essa realidade e mostrar que TI é espaço de todos, a Faculdade Senai de Tecnologia realizou, na segunda-feira (6), o evento “Gurias da Tecnologia – O Protagonismo das Mulheres na Área Tecnológica”.
A diretora de relacionamento do Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (Seprorgs), Madeleine Brigidi, trouxe informações de que o setor de tecnologia gera 1,3 milhão de empregos no Brasil e há um déficit de 48 mil profissionais, ou seja, há uma enorme oportunidade, principalmente para as mulheres. “Entre 2007 e 2017, o número de mulheres no mercado de TI dobrou, mas o índice dos homens cresceu 144%”, mostra Madeleine. Ela e outras cinco profissionais compartilharam sua experiência no segmento, como forma de incentivar outras mulheres.
A cientista Fabiane Kuhn, empreendedora, programadora e estudante de Ciência da Computação, foi a primeira mulher a representar o Brasil na maior competição de empreendedorismo universitário do mundo, o GSEA. A profissional contou sobre a Raks – Tecnologia Agrícola, empresa da qual ela é fundadora e que cria soluções automatizadas de benefício, principalmente, para a agricultura familiar. “Eu acredito que por meio da tecnologia, temos a capacidade de trazer muitas mudanças para o mundo. Sempre quis trabalhar com algo que realmente fizesse a diferença na vida das pessoas e venho atingindo esse objetivo”, comemora.
A pesquisadora, professora universitária e doutora em Administração, com ênfase em Sistemas de Informação, Rosimary Francisco, concorda com Fabiane e diz que buscou a tecnologia para mudar o mundo. “Não quero apenas adquirir conhecimento, mas por meio da tecnologia, transformar de alguma forma as pessoas que estão ao meu redor. Estimular que outras mulheres desafiem seus próprios medos”, sugere.
As outras palestrantes foram a desenvolvedora de software Camila Canali, a analista de qualidade de sistemas Jalussa dos Santos e a desenvolvedora de tecnologias no Cientista Beta, organização que utiliza a ciência como ferramenta de transformação de estudantes e professores, Jaqueline Steffenon. A Faculdade Senai oferece cursos de graduação em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, em Automação Industrial, em Redes de Computadores, em Sistemas de Telecomunicações e em Sistemas Embarcados. Outra palestrante foi a gerente de serviços da emprea Linx, Cristina Cunha Miranda. Formada em Administração de Empresas, possui 20 anos de experiência no segmento de tecnologia. Em 2017, atuou como mentora do concurso Minha Ideia de Negócio do programa Junior Achievement Brasil.
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